Concordo plenamente com o J.C. Violla, a leitura é muito importante para mim, e, também tenho o hábito de ler qualquer coisa que chegue às minhas mãos, como disse Danusa Leão.
Retrospectiva: escrita x leitura
Morei numa fazenda, onde fui alfabetizada em uma escola rural. A professora vinha da cidade para nos ensinar. Entrei na escola com seis anos e já sabia escrever meu nome completo, os nomes de meus pais e meu irmão. Já sabia escrever os números de 1 a 10, tudo ensinado pela minha mãe, que estudou até a 3ª série, só que escrevia com a mão esquerda, para o “desgosto” (se é esse o termo) de meu pai.
Meu primeiro dia de aula foi meio traumatizante, pois meu pai queria a todo custo que eu escrevesse com a mão direita (ele dizia que “canhoto era contra Deus”). A professora, atendendo ao pedido dele, praticamente me forçou a escrever com a mão direita o que já escrevia com a esquerda. Sofri muito, mas hoje, escrevo com as duas mãos. Fiz de um limão, uma limonada.
Minha mãe era empregada na casa de um dos patrões donos da fazenda. Todas as vezes que ela me levava ficava encantada com uma estante cheia de livros. Um dia, a patroa dela viu meus olhinhos brilhando para a estante e deu-me um livro: “Reinações de Narizinho”, fiquei extasiada! Li e reli o livro não sei quantas vezes e o tinha guardado com muito carinho, mesmo velhinho, mas na nossa mudança para a cidade, o livro perdeu-se no caminho. Estudando na cidade, na biblioteca encontrei um exemplar do meu livro perdido, mas não era a mesma coisa. Depois, li quase todos os livros da Coleção Vaga-Lume.
Hoje, confesso-me uma viciada pela leitura, desligo-me, viajo e vivo “fazendo amor com as palavras”, como disse Rubem Alves: “Ler é fazer amor com as palavras”.
(Ana Maria Ap. Garcia de Godoy)
Nenhum comentário:
Postar um comentário