DEPOIMENTOS DE LEITURA E ESCRITA - GRUPO 2
Morei numa fazenda, onde fui
alfabetizada em uma escola rural. A professora vinha da cidade para nos
ensinar. Entrei na escola com seis anos e já sabia escrever meu nome completo,
os nomes de meus pais e meu irmão. Já sabia escrever os números de 1 a 10, tudo ensinado pela
minha mãe, que estudou até a 3ª série, só que escrevia com a mão esquerda, para
o “desgosto” (se é esse o termo) de meu pai.
Meu primeiro dia de aula foi meio
traumatizante, pois meu pai queria a todo custo que eu escrevesse com a mão
direita (ele dizia que “canhoto era contra Deus”). A professora, atendendo ao
pedido dele, praticamente me forçou a escrever com a mão direita o que já
escrevia com a esquerda. Sofri muito, mas hoje, escrevo com as duas mãos. Fiz
de um limão, uma limonada.
Minha mãe era empregada na casa de um
dos patrões donos da fazenda. Todas as vezes que ela me levava ficava encantada
com uma estante cheia de livros. Um dia, a patroa dela viu meus olhinhos
brilhando para a estante e deu-me um livro: “Reinações de Narizinho”, fiquei
extasiada! Li e reli o livro não sei quantas vezes e o tinha guardado com muito
carinho, mesmo velhinho, mas na nossa mudança para a cidade, o livro perdeu-se
no caminho. Estudando na cidade, na biblioteca encontrei um exemplar do meu
livro perdido, mas não era a mesma coisa. Depois, li quase todos os livros da
Coleção Vaga-Lume.
Hoje, confesso-me uma viciada pela
leitura, desligo-me, viajo e vivo “fazendo amor com as palavras”, como disse
Rubem Alves: “Ler é fazer amor com as palavras”.
(Ana Maria)
Zenaide
A
leitura nos leva a um mundo imaginário, abre caminhos para novos mundos, ideias
e sentimentos, é uma experiência radiosa em nossa vida. Como leitores descobrimos
nossos próprios sentimentos e pensamentos.
Lembro-me
de quando criança ficava imaginando histórias e contava-as ao meu irmão, primos e
amigos. Entrei na escola e aprendi a ler, foi uma emoção muito grande, a minha
primeira professora também foi minha primeira diretora, eu lia várias vezes as
histórias da cartilha até decorava, não tínhamos livros para leitura,morávamos
na zona rural e a situação era precária.
Quando
comecei na 5ª série (6ºano) era na cidade, a vinda era difícil, usava ônibus da
prefeitura muito cheio, super lotado, mas na folga do intervalo ia até a
biblioteca procurar livros para ler. Tinha livros diversos, mas o que mais lia
era Ilha Perdida; Mina de Ouro; Montanha Encantada; romances (Júlia,
Sabrina,B ianca) fazíamos trocas entre os colegas, era maravilhoso.
Hoje, com
meus filhos, continuei contando histórias para dormirem e comprava muitos gibis
para que eles começassem a gostar de ler. Eu, continuo adorando ler, e leio de
tudo.
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